terça-feira, 5 de julho de 2011

Antes que eles cresçam

Arrumando as gavetas e mexendo nos papéis guardados, achei uma mensagem dada numa destas reuniões de pais. Como intrometida que sou, aí vai como um conselho para reflexão. Leia-o e faça alguma coisa a mais, antes que seja tarde!



Quanto à autoria desconheço, mas de qualquer maneira é de alguém que merece todo o crédito.

"Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos seus próprios filhos. É que as crianças crescem independentes de nós, sem pedir licença à vida.

Crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas não crescem todos os dias de igual maneira. Crescem de repente. Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maturidade que você sente que não pode mais trocar fraldas daquela criatura. Por quê? Eles estão dizendo o que você pensa, mas ainda não disse para ninguém!

Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do maternal?

A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil.

(...)

Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, posteres, agendas coloridas e discos ensurdecedores. Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao shopping, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.

Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto. No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscina e amiguinhos. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim, até mordidinhas no estofado!

Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados. Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".

Chega o momento em que nos resta ficar de longe torcendo e orando muito para que eles acertem nas escolhas em busca da felicidade. E que as conquistem do modo mais completo possível.

O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. Os netos são a última oportunidade de reeditar nosso afeto.

Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam. Aprendemos a ser filhos depois que somos pais. Só aprendemos a ser pais depois que somos avós..."

Um comentário:

  1. Fernanda,
    Adorei o post..pôxa, fiquei com lágrimas nos olhos!!Fiquei pensando nos meus filhos que hoje tem 06 e 04 anos e em como eles já cresceram!!Como o tempo passa rápido!!Mas estou curtindo bastante e ainda todas as noites vou lá no quartinho deles para ver se está tudo bem!!Obrigada pela reflexão!!Beijocas

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